
ESMAGAMENTO DE MEMBRO INFERIOR COM INDICAÇÃO DE AMPUTAÇÃO PRIMÁRIA. A PROPÓSITO DE UM CASO
Daniel Hirochi Sukeda; Rafael Mezzalira Ruano; Bruna Medeiros Moraes; Renan Vinicius Pinheiro; Antonio Carlos de Souza
INTRODUÇÃO: 
  Umas das situações mais conflitantes no atendimento ao politraumatizado 
  que apresenta lesões múltiplas de extremidades refere-se à 
  tomada de decisão entre a tentativa de salvamento do membro e a amputação 
  primária. 
  FATORES DE DECISÃO: MESS*.
  OBJETIVO:Relatar o caso de um paciente vítima de esmagamentos 
  múltiplos de extremidades e discutir os aspectos que devem ser considerados 
  no atendimento inicial e na tomada de decisão.
  RELATO DO CASO: Paciente masculino de 28 anos, lavrador, sofreu 
  queda de trator, sendo atropelado pela roçadeira que era tracionada pela 
  máquina agrícola. Foi admitido no “Alzira Velano” 90 minutos 
  após o trauma, apresentando FC: 100 bpm; FR: 25 ipm; ECG: 15; RTS: 8.Foi 
  evidenciado na admissão: fratura exposta em punho direito e perna esquerda; 
  esmagamento do membro inferior direito. Foi realizado abordagem e reanimação 
  inicial através da compressão local, infusão venosa, proteção 
  de hipotermia. Houve resposta a infusão de Ringer lactato inicialmente, 
  sendo necessário a transfusão sanguínea. Após estabilização 
  hemodinâmica o paciente foi encaminhado ao Centro Cirúrgico. Após 
  avaliação clínica e radiológica do membro inferior 
  direito evidenciou-se fratura cominutiva de tíbia e fíbula; lesão 
  de artérias poplítea, tibial posterior, anterior e fibular; avulsão 
  do nervo tibial posterior com perda de pele e músculos (MESS: 8). Associado 
  ao quadro apresentava fratura de punho direito, lesões de partes moles 
  na coxa direita e fratura cominutiva da tíbia esquerda. O paciente foi 
  submetido à amputação primária transtibial da perna 
  direita, fixação externa da tíbia esquerda e reconstrução 
  dos ossos do punho a direita, evoluiu com osteomielite do punho direito recebeu 
  tratamento e alta hospitalar no 20° dia de internação.
  DISCUSSÃO: Algumas situações devem ser 
  consideradas como indicações absolutas para a amputação 
  primária pós trauma: esmagamentos associados à isquemia 
  prolongada e a perda anatômica do nervo tibial posterior. No caso da perda 
  de vários compartimentos (vascular, nervoso, osteomuscular e tegumento) 
  a decisão pela amputação é a mais adequada. No caso 
  relatado, apesar de não apresentar isquemia prolongada, havia avulsão 
  completa do nervo tibial posterior, lesão complexa de tegumento e osteomuscular, 
  além de várias lesões associadas. A decisão da realização 
  de amputação primária não é consenso, devendo 
  valer-se da utilização de critérios bem definidos. 
  CONCLUSÃO: Em situações de esmagamento 
  de extremidade, a decisão entre a amputação primária 
  e a tentativa de reconstrução deve basear-se em critérios 
  objetivos.