| Objetivo: Relatar um caso raro de gestações 
                em diferentes locais de implantação ocorrendo simultaneamente, 
                uma tópica e uma tubária Relato de caso: Paciente JRF, 38 anos, sexo feminino, 
                secretária, deu entrada no P.S. da Clínica Médica 
                com quadro de dor abdominal, de forte intensidade, associada a 
                náuseas e cefaléia. Apresentava - se hipocorada 
                e com BHCG positivo. Negava queixas urinárias, febre ou 
                outras alterações. Tinha como antecedentes ginecológicos 
                G3 P2 A0, última menstruação a cerca de dois 
                meses, não refere uso de métodos anticonceptivos. 
                Nega tabagismo.Ao exame encontrava - se em regular estado geral, hipocorada ++ 
                / ++++, afebril, com pressão arterial de 80 x 50 mmHg. 
                No exame de seu abdômen estava doloroso à palpação 
                superficial e profunda com ruídos hidroaéreos positivos. 
                Aparelhos cardíaco e respiratórios estavam sem alterações. 
                Exame ginecológico apresentando dor à mobilização 
                uterina, com dificuldade da palpação bimanual pela 
                defesa abdominal, ausência de sangramentos vaginais.
 Foi então pensado em uma gravidez ectópica e, como 
                conduta, a paciente foi encaminhada ao US abdominal e trans-vaginal, 
                colhidos hemograma, coagulograma, feita reserva de sangue e iniciado 
                hidratação venosa.
 Ao US foi visualizada uma gestação tópica 
                de aproximadamente 10 semanas, ovário direito sem alterações, 
                não visualizado o ovário esquerdo, grande quantidade 
                de líquido livre na cavidade abdominal, rim único 
                à direita com hidronefrose, fígado e baço 
                sem alterações.
 Os resultados dos exames foram: BHCG positivo, TTPA de 
                30,5 s com controle de 30,5 s; TP de 14,8s controle de 12,6s; 
                AP de 72,4%; hemácias 3,09 milhões, hemoglobina 
                de 9,9g/dL e hematócrito de 28,10%; contagem de leucócitos 
                de 17.100 mil / mm3 com 74% de segmentados e 8% de bastões.
 Paciente foi então encaminhada ao bloco cirúrgico 
                para realização de laparotomia exploradora por abdome 
                agudo hemorrágico. Foi submetida a uma raquianestesia, 
                com incisão mediana pubo-umbilical, feita a abertura por 
                planos, encontrado na cavidade presença de grande quantidade 
                de sangue livre associado a coágulos. Identificado o útero 
                gravídico e região anexial direita sem alterações. 
                Presença de massa em região de anexo esquerdo (trompa), 
                friável e sangrante com embrião de aproximadamente 
                10 semanas. Foi então realizada a salpingectomia esquerda 
                com sutura e hemostasia da região. Feito fechamento por 
                planos e sutura da pele com Nylon 2.0 pontos simples. Enviado 
                embrião e massa anexial para anátomo-patológico.
 Durante o ato cirúrgico a paciente recebeu três bolsas 
                de concentrado de glóbulos, sem outras intercorrências.
 Foi prescrito então soroterapia, diclofenaco de sódio 
                75mg IM, cefalexina 500mg EV e luftal gotas.
 Paciente evoluiu bem e no 1º dia pós operatório 
                foi solicitado um US de controle, o qual revelou um útero 
                aumentado de volume, feto único de aproximadamente 10 semanas, 
                pequena quantidade de liquido livre na pelve e BCF ausentes.
 A Paciente recebeu alta no 3º dia pós operatório 
                com diclofenaco de sódio e cefalexina, sendo orientada 
                para verificar os picos febris e procurar o serviço de 
                ginecologia em até sete dias para realizar uma curetagem 
                uterina.
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