
INSUFICIÊNCIA 
  RENAL E LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
  HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALZIRA VELANO
 Disciplina de Nefrologia
  Silvia Maris de Souza e Souza, RM Xavier, RC Maluhy, KM Abdla, AP Dias Neto, 
  AFF Oliveira, e FR Lello Santos
Apresentação: 
  39 anos, melanoderma, admitida no Alzira Velano com déficit visual, HAS 
  severa e IRA.
  Antecedentes: LES há 7 anos. HAS em tratamento irregular. 
  Medicamentos: Prednisona, diltiazem e cloroquina
  Ao exame: BEG, fenômeno de Raynaud, edema articular em joelhos, PA180x140, 
  FC 120, hipocorada. Demais sistemas sem alterações. FO retinopatia 
  hipert. IV. Foto 1.
  Exames laboratorias. Agosto/06: creat. 0,6mg%. Na admissão: Ht 27,8%, 
  leuc. 3700, plaq. 127.000, creat. 4,9mg% e uréia 386mg%. Ca++ i 1,24mmol/L, 
  K+ 4,1mEq/L, Na+ 130 mEq/L. Exames solicitados pela nefrologia: Esquizócitos 
  3 a 4cél/campo, haptoglobina <5,8mg/dl (36-195); C3 , C4, CH50 normais. 
  Anti-DNA nativo e Anti-SM negativos. FAN 1:1280. DHL 691,8U/L. VHS 78mm. URINA 
  I: Prot. 500mg/dl, Hb 250, Hc 40p/c .Prot. 24 h: 312mg. US: RD 8,6 RE 8,2 com 
  aumento da ecogenicidade cortical. Rx tórax: cardiomegalia. Eco: ausência 
  de vegetações. 
  A paciente iniciou TRS e recebeu pulsoterapia com metilprednisolona. A biópsia 
  renal evidenciou Hipertensão Maligna (HM). Fotos2 e 3. Após 2 
  meses foi instituída DPA.
  Discussão: Pancitopenia, aumento de VHS e IRA com hematúria 
  conduziu o raciocínio de atividade lúpica como desencadeadora 
  do quadro. Optou-se pela intervenção dialítica seguida 
  de imunossupressão. Durante internação, apresentou difícil 
  controle pressórico e edema pulmonar com hemoptise. Necessitou de ventilação 
  mecânica e nitroprussiato. A biópsia renal, realizada no 17? dia 
  de internação, revelou glomérulos isquêmicos, retraídos, 
  tortuosidade de alças capilares e ramo arterial com hiperplasia fibrosa 
  acentuada concêntrica da íntima. Além dos quadros glomerulares, 
  outras apresentações de doença renal podem estar presentes 
  no LES, incluindo nefrite túbulo-intersticial, vasculites e lúpus 
  induzido por drogas. No caso apresentado, a biópsia renal confirmou o 
  diagnóstico de HM sendo suspensa a imunossupressão. Esta entidade 
  ocorre mais freqüentemente em hipertensos com inadequado controle de longa 
  data. A nefroesclerose maligna ocasiona insuficiência renal, hematúria 
  e proteinúria. A isquemia glomerular possibilita ativação 
  do SRAA, resultando em exacerbação da HAS. Apesar do efetivo controle 
  anti-hipertensivo, a HM desencadeia danos vasculares irreversíveis com 
  uma sobrevida em cinco anos de 60-70% podendo ser reduzida na presença 
  de insuficiência renal.