
PREVENÇÃO DA HIPOTERMIA ATRAVÉS DO AQUECIMENTO DE CRISTALÓIDES
Daniel Hirochi Sukeda; Rafael Mezzalira Ruano; Bruna Medeiros Moraes; Renan Vinicius Pinheiro; Antonio Carlos de Souza; Douglas Bueno da Silva
INTRODUÇÃO: 
  Choques hipovolêmicos resultam de brusca redução do volume 
  sangüíneo e podem ser provocados por perda de sangue, plasma ou 
  água orgânica. Em traumatismos, a resposta à perda aguda 
  de volume circundante dá-se através de um aumento da freqüência 
  cardíaca na tentativa de preservar o débito cardíaco. Dentro 
  de limites, os mecanismos de compensação preservam o retorno venoso 
  nas fases iniciais do choque hemorrágico, pela redistribuição 
  do volume sangüíneo no sistema venoso. Este mecanismo de compensação 
  é limitado. A maneira mais efetiva de restaurar o débito cardíaco 
  e a perfusão a órgãos chave é o restabelecimento 
  do retorno venoso ao normal, através da reposição volêmica. 
  Na reanimação inicial são utilizadas soluções 
  isotônicas, a de Ringer lactato (RL) é a escolha inicial. A hipotermia 
  deve ser sempre evitada e corrigida quando o doente chega hipotérmico 
  ao hospital. A maneira mais eficiente e fácil de prevenir hipotermia 
  em qualquer doente que receba volume maciço de cristalóide é 
  o aquecimento do liquido a 39ºC (102,2ºF) antes de usá-lo. 
  Isso pode ser conseguido armazenando os cristalóides em estufa aquecida 
  ou pelo uso de um forno de microondas.
  OBJETIVO: A obtenção do menor tempo possível 
  do aquecimento de cristalóides a 39ºC para que se evite a hipotermia 
  na reposição volêmica. 
  MATERIAIS E MÉTODOS: Termômetro Químico 
  para o laboratório. Termômetro Digital MT-47. Soro fisiológico 
  (SF) 0,9% (250, 500 e 1000 mL). Ringer lactato (250 e 500 mL). Aparelho de forno 
  de microondas, potência útil: 800W; consumo: 1.400W; freqüência 
  de operação: 2.450 MHz; capacidade interna: 20L; tensão 
  de alimentação: 120 Volts. 
  RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através do aquecimento 
  dos cristalóides, a partir de uma temperatura ambiente de 25ºC (77ºF), 
  em forno de microondas observou-se o menor tempo necessário para a obtenção 
  da temperatura ideal de infusão (39 ºC ou 102,2ºF). Os resultados 
  foram avaliados através dos valores obtidos pelo termômetro analógico 
  e corroborados pelo digital. O SF 0,9% de 250mL demorou 31seg, o de 500mL 52seg 
  e o de 1.000mL demorou 101seg para atingir a temperatura de 39ºC. Já 
  o RL de 250mL levou 27seg e o de 500mL 47seg para atingir a temperatura desejada. 
  
  CONCLUSÃO: A partir dos resultados obtidos pode se sugerir 
  o menor tempo necessário de aquecimento em forno de microondas, para 
  que soluções cristalóides atinjam a temperatura de 39ºC 
  (102,2ºF). Estes valores têm grande importância em Salas de 
  Emergência e Unidades de Terapia Intensiva, que necessitam de um rápido 
  e eficaz atendimento ao paciente.