
TRAUMA TORÁCICO DECORRENTE DE FERIMENTO POR ARMA BRANCA. RELATO DE CASO
Rafael Mezzalira Ruano; Daniel Hirochi Sukeda; Jhonatan Hawry Mourão Silva; Gustavo Marques de Souza; Rodrigo Batista Alcântara
INTRODUÇÃO: O trauma de tórax é 
  responsável por aproximadamente 25% da mortalidade relacionada ao trauma 
  de forma direta e outros 25% da mortalidade decorrem de complicações 
  torácicas. A avaliação clínica inicial e complementar 
  do paciente politraumatizado é de extrema importância para que 
  não passem lesões desapercebidas e que possam comprometer o sucesso 
  do tratamento. Algumas situações exigem toracotomia de emergência 
  e a escolha da via de abordagem pode definir o resultado do tratamento. 
  OBJETIVO: Relatar um caso de traumatismo torácico por 
  arma branca no qual a gravidade do quadro não era demonstrada clinicamente.
  RELATO DE CASO: WPF, 28 anos, masculino, deu entrada no Pronto 
  Socorro do Hospital Universitário Alzira Velano trazido pelo Corpo de 
  Bombeiros minutos após sofrer agressão por arma branca. Ao exame: 
  BEG, estável, consciente, orientado, Glasgow 15, corado, hidratado, eupneico, 
  eucárdico, PA: 110x80mmHg, acianótico. Aparelho respiratório: 
  presença de ferimento perfuro-cortante de aproximadamente 2cm em hemitórax 
  direito posterior em região de borda inferior de escápula; murmúrio 
  vesicular diminuído em hemitórax direito. Rx tórax: presença 
  de arma branca com 20x2cm, ocupando base da hemitórax direito até 
  região posterior de mediastino, associado a um pequeno derrame pleural 
  e ausência de pneumotórax. TC abdome com contraste: presença 
  de arma branca em região torácica direita posterior (região 
  da borda inferior da escápula), que atravessou o corpo vertebral, penetrando 
  no mediastino posterior do lado esquerdo, alojando-se junto à aorta torácica 
  descendente; não houve extravasamento de contraste. Encaminhado ao bloco 
  cirúrgico, realizado drenagem torácica bilateral e toracotomia 
  mediana com janela xifóide e anterior esquerda, pericardiotomia, abertura 
  do mediastino posterior e retirada da arma branca, que se encontrava alojada 
  em corpo vertebral, junto à artéria aorta. Evoluiu com pericardite 
  no primeiro DPO e recebeu alta no 16º DPO.
  DISCUSSÃO: O trauma torácico é muito comum 
  no politraumatizado e são causados por lesões com risco de vida 
  imediato ou com potencial risco de vida e necessita de diagnóstico precoce 
  e atuação imediata. Os ferimentos transfixantes do mediastino 
  podem lesar os grandes vasos da base, coração, esôfago, 
  traquéia, brônquios, ducto torácico e coluna, possuindo 
  alta mortalidade. Apesar deste paciente chegar ao nosso serviço estável, 
  somente com uma pequena porta de entrada em região torácica, a 
  correta avaliação clínica inicial e complementar demonstrou 
  a gravidade do quadro.