
VARIAÇÕES 
  ANATÔMICAS DA VEIA CAVA INFERIOR EM HUMANOS
  
  Tiago Alves de Moura; Rafael Mezzalira Ruano; Vivian Sartorelli; Jhonatan Hawry 
  Mourão Silva; João Batista Vieira de Carvalho
INTRODUÇÃO: 
  A identificação pré-operatória de variações 
  anatômicas da veia cava inferior permite melhor planejamento do ato cirúrgico 
  em pacientes que serão submetidos a intervenções sobre 
  o sistema cardiovascular e retroperitônio. As variações 
  anatômicas da veia cava inferior associam-se com anomalias cardíacas 
  congênitas, poliesplenia, asplenia, alterações da topografia 
  do ureter. Em casos de ausência do segmento hepático da v. cava 
  inferior com continuação da drenagem venosa pelas veias ázigos 
  e/ou hemiazigos a ligadura destas pode ocasionar o óbito. A TC e a cateterização 
  cardíaca revelam-se bons instrumentos propedênticos na identificação 
  de variações anatômicas da veia cava inferior. Há 
  relato que Billroth em 1855 ligou veia cava inferior anômala durante a 
  abordagem do pedículo renal em nefrectomia tendo o paciente evoluído 
  para o óbito na primeira hora do pós-operatório imediato. 
  Despertado nosso interesse com relação a ocorrência de variações 
  anatômicas da veia cava inferior e sua importância clínico–cirúrgica 
  iniciamos trabalho de dissecação com vistas a sua identificação 
  em humanos.
  MATERIAL E MÉTODO: Realizamos dissecção 
  anatômica macroscópica em 320 cadáveres de ambos os sexos, 
  de diferentes raças e conservados em solução de formol 
  10% nos laboratórios de anatomia da UFMG. Procedeu-se laparatomia mediana 
  xifopúbica combinada a laparatomia transversa infra–umbilical com 
  as manobras de Cattell e Viart–Kocher para expor o retroperitôneo 
  e dissecação da artéria aorta, veia cava inferior e demais 
  vasos retroperitoneais em busca de variações anatômicas 
  da veia cava inferior. As variações anatômicas encontradas 
  foram submetidas a estudo anátomo-topográfico e seu trajeto intratorácico 
  visualizado através de toracotomia (esternotomia mediana) com ressecção 
  total costal nas linhas axilares anteriores direita e esquerda. Comparamos nossos 
  resultados com os obtidos por outros autores. 
  CONCLUSÃO: Nossa freqüência de 0.3% (1/320 
  dissecções) aproxima-se das obtidas por outros autores em dessecação 
  e evidenciam que a ocorrência de variações anatômicas 
  da veia cava inferior é pouco comum, porém não deve ser 
  submetida em pacientes que deverão ser submetidos a cirurgia cardiovascular. 
  A cateterização cardíaca e a tomografia revelaram-se importantes 
  meios diagnósticos das variações anatômicas da veia 
  cava inferior. Estudos diagnósticos deveriam ser obrigatoriamente realizados 
  com vistas e identificação de variações anatômicas 
  da veia cava inferior pré operatoriamente.